terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sobre os que chegaram antes de mim

Se eu tivesse um poder, pediria para passar um dia na vida de cada antepassado meu. Saber como era minha avó aos 20. Meu bisavó aos 13 e sua mãe aos 36.

Erro meu pensar que nós é quem vivemos uma rotina empírica. Entre cerquinhas de balaustra e passeios sofridos de jardineira, Dona Tereza, hoje com 76 anos, aprendeu nos erros e acertos do barro que o que importa em uma bagagem de mudança não são os jogos de jantar, as peças de porcelana, ou a coleção de vestidos floridos.

Isso tudo se vai na mesma velocidade com que substituíram os trilhos do trem. E acima da ex-linha férrea, o passado fica quieto atrás do progresso concreto e vertical. Já lá em baixo, o passado vive mais honestamente: sem saudosismo, mas no contraste que trás harmonia ao presente. E é entre meninos de Kichute e jardins de rosas que permanece a riqueza.

Meus medos eram os medos deles? Acredito que sim. A sociedade pode ter mudado. A arquitetura recria novas curvas. Os jovens se rebelam contra outras convenções e as crianças parecem vir com chips.
Mas a essência ainda está lá. O fio que conduz nossa evolução desde o nascimento, passando por todos os medos que nos levam ao crescimento. Estão todos lá, guardados em algum pedacinho de átomo que nos define como humanos.

E enquanto for assim, seus avós poderão dizer muito sobre você e sobre seu mundo. Longe das amarras e obrigações da rotina, só eles conseguem extrair a verdadeira lição de viver uma vida comum. E Dona Tereza já foi só Tereza. Filha, irmã e pretendente que chorou por medo de nunca mais ver aquele que jurou (e acertou!) ser o amor de sua vida.


Dona Tereza não é dona das mãos dessa foto e não é minha avó.  Mas ela existe e é uma inspiradora.

     Tati

3 comentários:

  1. achei DE-MAIS! concordo plenamente com vc xa... que os nossos avós, falam muito sobre a gente.. tbm as vezes tenho vontade de viver no tempo deles.. mas gostoo tanto de ouvir suas historias por suas bocas contadas!!! aii quero dar um beijo e um abraço nas minhas vozinhas AGORA! hahhaha

    adoreii o post! te amo

    tabosa

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  2. Aii acho o máximo quando minha vó começa a falar do passado, do namoro com meu vô, dos pretendentes dela!! hahahaha E simplismente AMO quando ela fala que eu era igualzinha a ela!! fico me imaginando naquela época! E a Lê sempre fala que eu tenho a barriguinha da Vó Mercedes.. ahahahhahaha!!
    Adorei o post
    TE AMO =*

    Babi

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  3. LINDOOO! AMEI!
    Super profundo e reflexivo!
    Amei, amei, amei!!! ;)

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